PICOS DA EUROPA
URRIELLU [la vega]....
Passaram-se dias de temperaturas elevadas e decidi apontar para o fim-de-semana de vinte e cinco a vinte oito para os Picos, embora a previsão para essa altura não fosse nada boa para o que pretendia fazer.
Decidi passar alguns dias em montanha, iria arriscar... Assim foi.
Estabelecidos percursos e objetivos arranquei no dia previsto mas começando por não cumprir a hora de saída. Previsão de saída ao nascer do Sol só consegui arrancar às onze do dia vinte cinco.
Toda a viagem até Arenas de Cabrales com temperatura 20/24ºC.
A primeira noite pode dizer-se, foi quente.
A manhã estava com um pouco de vento névoa e algumas nuvens. Na recepção em conversa com um guia de montanha disse-lhe que tencionava ir até Urriellu...disse-me que havia previsão de ventos chuva e queda de neve a mil duzentos metros...cuidado...despedimo-nos e dirigi-me na minha vagonete para Sotres.
Sotres, que desilusão! Um povo de montanha...como ponderam estragar deixando fazer tremendo atentado á arquitetura, como se deixa construir tamanhos abortos que nada têm a ver com nada...
Deixada a vagonete junto a Sotres inicia-mos o caminho para Pandébano . O Sol ora sim ora não... nuvem aqui e ali e via-se nos cumes por vezes algum nevoeiro. Estava-mos equipados para qualquer tipo de tempo e bem abastecidos com alimentos.
Saídos do estradão e já sem casacos começámos o ataque...na outra encosta três caminheiros que tinham passado por nós no estradão montados no seu jipe topo de gama.
Tivemos o primeiro contacto com a neve, neve esta já de muitos dias. Os três caminheiros que andavam na outra encosta, tiveram de andar para trás para apanharem o trilho que nós fazíamos e arrancaram com tamanha pedalada que nunca mais os vimos.
Na chegada a Majada da la Tenerosa coloquei a hipótese de não avançar mais. O nevoeiro era constante embora desse para ver bem o trilho. Mas a Núvem na fome de montanha incentivava a continuação não medindo o perigo de uma viragem para pior...estávamos em montanha.
Continuamos, sentindo aqui e ali, pequenos flocos. Quanto mais subíamos mais neve havia no trilho, vendo-se as marcas dos montanheiros que nos antecederam. Nunca imaginei que a nuvem conseguisse superar certos obstáculos que encontramos de certa forma complicados de ultrapassar devido á neve.
Chegados a Collado Vallejo paramos para reabastecer. Começamos a sentir o ar muito frio e o nevoeiro por vezes a fechar. Analisados os diversos vectores decidi não continuar e de novo com as mochilas nas costas transmiti á Núvem que teríamos que descer...a cara ficou triste mas disse...havemos de voltar!
Devo dizer que foi uma decisão acertada e no momento certo. A descida foi bem mais rápida na ordem das duas horas quase sem paragens... Sentia-se mais frio e na passagem por Majada de la Terenosa a chuva que tinha sido esporádica começou a cair sem nunca mais parar, miúda e com intensidade. Finalmente avista-mos em baixo e ao longe o estradão que nos levaria a Invernales El Texu Sotres. Descobri que com a pressa de descer sai do trilho e quando tento visualizar o estradão o nevoeiro fechou de tal modo que não se via a mais de vinte metros.
Como costumo dizer, “perdido mas não desorientado”. Voltamos atrás um pouco, conseguimos apanhar novamente o trilho certo e chegar ao estradão. Grande alívio e grande susto. Calma e raciocínio claro é a melhor ajuda.
Chagados á vagonete [Sotres] iniciamos o regresso a Arenas de Cabrales para um banho quente. Depois de jantar rumamos a Cangas de Onis para passeio a pé e fazer uma fotos noturnas.
Nunca tinha passado uma noite de chuva constante dentro de uma tenda e digo que adorei. A nuvem agora ri mas na altura mostrou receio de acordar a boiar.
De manhã as montanhas em volta do parque estavam brancas embora o sol aparecesse de vez enquanto.
Perante este cenário decidi também antecipar o regresso mas sem antes ir vasculhar Fuente Dé.
Pequeno-almoço como de costume na casa Cayo e passeio por Potes para fotografar.
Rumamos a Funte Dé parando por várias aldeias tendo sempre o céu com uma cor cinzenta muito escura prevendo-se pela temperatura neve. Faltavam ainda cinco km para chegar e começa a nevar nunca mais parando.
Em Fuente Dé nevava com grande intensidade e foi uma festa para a Núvem qual criança com o último jogo para consola de jogos...
Estávamos na montanha...
Não atingimos o objectivo Vega de Urriellu nem Cabana Verónica nem Portos de Aliva...como diz a Núvem fica para a próxima havemos de voltar...e vemo-nos ai por esses caminhos!
Vento/Nuvem
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Cangas de Onís |
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Arenas de Cabrales [chegada] |
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Pancebos |
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El texu Sotres |
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A caminho |
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Colado de Pandêbano |
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nevoeiro á vista |
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Collado Vallejo |
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tempo a piorar |
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regresso forçado |
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mais frio + nevoeiro |
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chegada a base em segurança |
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de manhã neve |
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de manhã sol |
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Potes |
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sol e chuva |
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tortilha de batata na casa cayo...de mais |
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chuva miuda |
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logo depois sol |
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a alegria de ver um intenso nevão |
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Adicionar legenda |
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Adicionar legenda |
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alegria/felicidade |
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pegadas |
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mais abaixo está assim |
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todas as montanhas á volta de Potes com neve e a nevar |
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regresso |
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+ neve no regresso |
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+ neve |
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avista-se nevoeiro |
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já sem agasalho |
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por pouco tempo e olhando o nada |
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reabastecimento |